“O PMDB é o sócio majoritário da massa falida”, afirma o Senador Álvaro Dias.

O Senador Álvaro Dias (PV-PR) disse que o PMDB “é o sócio majoritário do PT no desastre administrativo do governo. E será o sócio majoritário a assumir a massa falida”. A declaração aconteceu nesta quinta, dia 31, no 60° Congresso Estadual de Municípios, que acontece em Campos do Jordão até sexta-feira, dia 1° de Abril.

Para o senador, o PMDB é tão responsável quanto o PT pelo que chamou de “descalabro administrativo” e pelos escândalos de corrupção. E vai além. Segundo ele, mudança mesmo só em 2018. “Mas ainda se nós tivermos a oportunidade de uma escolha feliz e eleger um governante correto e ousado, capaz de enfrentar a realidade e promover as mudanças que são urgentes e necessárias”. Ele acredita que a Operação Lava Jato é que pode mudar o cenário. “Figuras já carimbadas que já disputaram, se não saírem ilesas da Operação, perderão o espaço e as possibilidades desaparecerão. Teremos um cenário  eleitoral diferente em função da  Lava Jato.

Álvaro Dias é provocativo no que diz respeito ao PMDB e sinaliza que fará oposição a um possível governo liderado pelo partido “ Como posso acreditar que o PMDB assumindo fará mudanças? Ele é pai, é mãe, é padrinho, é patrono deste sistema. Não há como acreditar em mudança deste sistema com o PMDB. E sem mudar este sistema, o país não vai conseguir alcançar os índices de  desenvolvimento econômico compatíveis com a sua grandeza”.

Dentre as mudanças que defende está um novo desenho do pacto federativo. Ele afirma que a crise política e econômica que enfrentamos hoje aprofunda as dificuldades já existentes antes dela. “Esta crise atual, que é ética, moral, política, social e econômica torna pior o que já era ruim antes dela, como a situação dos municípios, que já sofriam as consequências de uma crise provocada pelo esgarçamento do sistema federativo”, disse.

Álvaro Dias afirma que o desequilíbrio é brutal. “Há uma injustiça terrível na distribuição dos recursos públicos entre os entes da Federação. A União é privilegiada e concentra grande parte do bolo da receita. Ao longo do tempo, desde a Constituinte de 1988, a União repassou encargos excessivos para os municípios, mas não repassou de forma compatível os recursos para atender às novas demandas”.

Para o senador,  para mudar este quadro é preciso coragem e fazer leis que de fato tragam mudanças. “Os deputados são municipalistas no discurso, mas governistas na hora do voto. Este quadro só vai mudar se as leis forem alteradas e se houver um esforço conjunto de aprovação de reformas”, disse.

Para o senador, toda a causa do que estamos vivendo hoje  é o sistema  de governança,  que criou um modelo de balcão de negócios. “Foi este sistema  que deu origem ao mensalão, ao petrolão. Enfim,  esta é a matriz de todos os grandes  escândalos de corrupção”.

Para o senador o impeachment se tornou inevitável. “Não estou dizendo que o impeachment vai acontecer, mas é inevitável o julgamento da Presidente.  A indefinição já perdurou demais e já prejudicou demais o país. Há que se decidir sobre isso e rápido. Mas a substituição da presidente pelo vice, não satisfaz a população”.

Ele afirma que não há que falar em coalizão. “Este é o maior governo de coalizão da história. Nunca um governo reuniu tantos partidos na sua base de apoio. A oposição ficou raquítica, numericamente insignificante e a ainda assim chegou a este ponto”.

Alvaro Dias defende uma ruptura com este modelo. “A coalização é para colocar panos quentes, contemporizar e fazer concessões. A ruptura exige um governo mais competente, com uma liderança mais forte e corajosa. Se isso acontecer (o impeachement) , será um governo de transição para um novo modelo”.

Para ele, a situação mais completa seria convocar novas eleições. “Mas o TSE não consegue julgar neste ano e ainda cabe recurso. Como eu só acredito em solução através do voto, ela vai sendo empurrada para 2018.”