Conferências do 14º CBTIM mostram as soluções e os desafios dos novos tempos

Conferências do 14º CBTIM mostram as soluções e os desafios dos novos tempos

Quatro palestras realizadas na primeira metade do segundo dia de apresentações 14º Congresso Brasileiro de Tecnologia da Informação para os Municípios (CBTIM) deram uma ideia de como a realidade das administrações municipais é hoje muito mais complexa e desafiadora.

Se de um lado, prefeitos e gestores públicos se veem às voltas com desatualização dos cadastros e perdas de receitas, novos encargos e novas demandas por parte dos cidadãos, de outro surgem programas de fomento e de apoio, fontes de financiamento e especialistas com o providencial conhecimento para colocar a gestão pública em melhores caminhos.

Fontes de recursos municipais

O primeiro a falar foi Alexandre Sampaio de Almeida, superintendente regional do Banco do Brasil, cujo tema abordado foi “Tecnologia de Informação no apoio ao Incremento das Receitas Municipais”.

Os números que Alexandre apresentou falam por si: 73% dos municípios brasileiros ainda não conseguem arrecadar todos os impostos de caráter eminentemente municipal. Há outras fontes de recursos que não são plenamente utilizadas, entre elas  a cobrança das taxas por serviços públicos. “De 30% a 40% das cidades não cobram ainda as taxas de lixo, de limpeza urbana, de incêndio e de iluminação pública”.

Outro dado importante está no estoque de dívida ativa, que em 2012 chegou a R$ 87,5 bilhões. Desse total, as prefeituras conseguiram cobrar apenas algo em torno de 5% (nas cidades com mais de 50 mil habitantes) a 7%, nas cidades com menos de 50 mil habitantes.

 Alexandre Sampaio de Almeida, superintendente regional do Banco do Brasil

Linhas de apoio e fomento

Nessa mesma linha de ação, o segundo expositor apresentou propostas. Júlio Themes, diretor de fomento do Desenvolve SP,  uma agência de desenvolvimento paulista que já é conhecida como uma espécie de BNDES do Estado de São Paulo. “Operamos como banco de desenvolvimento, com inúmeras linhas de tanto de financiamento como de fomento ao desenvolvimento das empresas.

Themes citou como exemplo o serviço de iluminação pública, a qual por determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica, fará recair, a partir de 2014, novos custos aos cofres municipais. “Desenvolve SP tem uma linha de financiamento voltada precisamente para esse segmento, entre dezenas de linhas de ação”, frisou o palestrante. Em resumo, se de um lado os prefeitos e gestores públicos veem crescer as demandas, de outro podem contar com serviços que mais do que injetar dívidas ou ajuda financeira promovem uma organização do serviço público em bases modernas e digitalmente uteis.

 Júlio Themes, diretor de fomento do Desenvolve SP

A iniciativa privada avança

Na mesma linha de ação, transcorreu a palestra comandada por Renato Sousa, gerente departamental do Bradesco. Ele mostrou os marcos alcançados pela instituição, os mecanismos adotados que deram ao banco prêmios internacionais por sua capacidade de inovação. Como exemplo, disse Renato, está o serviço que permite pagar contas pelo Facebook. A carteira de clientes do Bradesco também foi citada como fruto do trabalho contínuo, tanto de melhoria do atendimento quanto do investimento nos meios técnicos para continuar crescendo.

Renato Sousa, gerente departamental do Bradesco

Os desafios de uma guerra feita na paz

Ao lado de soluções como as apresentadas também surgem os perigos e desafios desta era tecnológica. Quem deu o alerta foi Rodrigo Fragola, presidente da AKER, cujo tema foi “Guerra Cibernética: a Espionagem Industrial e a importância da Indústria Brasileira.

Fragola falou dos riscos de fraudes, de invasões de contas particulares e de serviços públicos. Segundo ele não existe defesa cibernética sem o desenvolvimento de uma mentalidade de segurança cibernética. “Antes, as guerras eram visíveis, a defesa era o ataque. Hoje, não. A guerra cibernética ocorre na paz”, disse ele.

Rodrigo Fragola, presidente da AKER